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sábado, 29 de janeiro de 2011

1º Sorteio Mundo Psi

Amigos,

As inscrições para  o sorteio já estão abertas!

O prêmio será o livro "A Arte da Meditação" de Daniel Goleman. O livro acompanha um CD.


Para participar, basta ser seguidor do blog, ter um endereço no Brasil (para a entrega do prêmio) e realizar a inscrição, fornecendo nome e email.

Para realizar sua inscrição, acesse o link abaixo (google.docs) e após inserir seu nome e email, clique em "enviar":

Para se inscrever no sorteio clique aqui

O sorteio será realizado pelo random.org no dia 26 de fevereiro de 2011.

Por favor, participem e divulguem!

Bjs e um ótimo final de semana!

Karina.

Sorteio do livro "A Arte da Meditação", de Daniel Goleman (acompanha um CD).

Amigos, queridos,

Nosso blog atingiu o número de 100 seguidores e, conforme combinado, vamos fazer o sorteio do livro A Arte da Meditação, de Daniel Goleman. O livro acompanha um CD, assim o vencedor terá a chance de meditar também ouvindo o CD.

Apenas para lembrar, sou aprendiz no assunto Blog, por isso peço a paciência de vocês. Estou aprendendo como realizar um sorteio e amanhã já estarei postando as regras e tudo o mais.

Bjs a todos e até mais tarde, quando divulgarei as regras do sorteio.

Karina.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ANSIEDADE NOSSA DE CADA DIA...

 Postagem 3

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”
Dalai Lama.

Lourdes Possatto, autora do livro “Ansiedade Sob Controle” coloca que uma forma eficaz de controlar a ansiedade é desenvolver um processo de centralidade, ou seja, focar-se no aqui e agora.

A autora nos apresenta várias dicas de centralidade, uma delas é o “Método Rápido de Centralidade”, que pode ser utilizado em qualquer momento, sempre que você sentir que está muito ansioso ou simplesmente para alcançar um grau maior de bem estar. Vejamos:

Método Rápido de Centralidade:

Feche os olhos, se for possível;

Concentre-se na sua respiração;

Faça duas respirações abdominais profundas (inspirando pelo nariz e expirando pela boca);

Continue inspirando pelo nariz e expirando pela boca;

Diga mentalmente: Eu estou aqui e agora dentro do meu corpo (sinta seu corpo, olhando-o com os olhos da mente);

Diga mentalmente: Estou aqui e agora, dentro da minha pele (tome consciência da sua pele);

Diga mentalmente: Agora, tomo consciência de minha cabeça, pescoço, costas, braços e mãos, peito, abdômen, pernas e pés (a cada parte a que você vai se referindo mentalmente, sinta-a com os olhos da mente).

Diga mentalmente: Estou aqui e agora dentro do meu corpo, inspirando e expirando naturalmente, tranquilamente, serenamente... estou aqui e agora com minhas energias e sinto-me bem... estou em paz...

Abra os olhos e localize-se no aqui e agora.

Caso não seja possível fechar os olhos, apenas fique parado em algum lugar e observe seu corpo, prestando atenção à sua respiração e diga mentalmente o que foi descrito acima. Treine todos os dias, duas ou três vezes ao dia e em situações estressantes faça uso da técnica. Dois ou três minutos bastam. Você perceberá uma calma e leveza maior após esse treino.

Muito bem, o que você está esperando? Vamos relaxar? 

Fonte:
POSSATTO, Lourdes. Ansiedade sob controle. São Paulo: Lúmen, 2006.


KARINA ALECRIM BESSA

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A lição do rio.


French Broad River - North Carolina - USA

Não apresse o rio, ele corre sozinho.

O rio corre sozinho, vai seguindo seu caminho.

Não necessita ser empurrado.

Pára um pouquinho no remanso.

Apressa-se nas cachoeiras.

Desliza de mansinho nas baixadas.

Precipita-se nas cascatas.

Mas, no meio de tudo isso vai seguindo seu caminho.

Sabe que há um ponto de chegada.

Sabe que seu destino é para a frente.

O rio não sabe recuar.

Seu caminho é seguir em frente.

É vitorioso, abraçando outros rios, vai chegando no mar.

O mar é sua realização.

É chegar ao ponto final.

É ter feito a caminhada.

É ter realizado totalmente seu destino.

A vida da gente deve ser levada do jeito do rio.

Deixar que corra como deve correr.

Sem apressar e sem represar.

Sem ter medo da calmaria e sem evitar as cachoeiras.

Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida, sabendo que há um ponto de chegada.

A vida é como o rio.

Por que apressar?

Por que correr se não há necessidade?

Por que empurrar a vida?

Por que chegar antes de se partir?

Toda natureza não tem pressa.

Vai seguindo seu caminho.

Assim também é a árvore, assim são os animais.

Tudo o que é apressado perde o gosto e o sentido.

A fruta forçada a amadurecer antes do tempo perde o gosto.

Tudo tem seu ritmo.

Tudo tem seu tempo.

E então, por que apressar a vida da gente?

Desejo ser um rio.

Livre dos empurrões dos outros e dos meus próprios.

Livre da poluição alheia e das minhas.

Rio original, limpo e livre.

Rio que escolheu seu próprio caminho.

Rio que sabe que tem um ponto de chegada.

Sabe que o tempo não interessa.

Não interessa ter nascido a mil ou a um quilômetro do mar.

Importante é chegar ao mar.

Importante é dizer "cheguei".

E porque cheguei, estou realizado.

A gente deveria dizer: não apresse o rio, ele anda sozinho.

Assim deve-se dizer a si mesmo e aos outros: não apresse a vida, ela anda sozinha.

Deixe-a seguir seu caminho normal.

Interessa saber que há um ponto de chegada e saber que se vai chegar lá.

É bom viver do jeito do rio!

(Autor desconhecido)


KARINA ALECRIM BESSA

domingo, 23 de janeiro de 2011

Estou num universo chamado "Blogosfera"


Queridos amigos,

Hoje criei uma página de selos.

Quando iniciei este blog não tinha a menor noção de como era esse universo chamado Blogosfera.

A ideia inicial era criar uma página didática, onde o público leigo pudesse encontrar informações acessíveis sobre temas da Psicologia Clínica. Entretanto, aos poucos fui percebendo que ser autora de um blog não é apenas escrever e postar artigos. É muito mais! É fazer parte de um universo chamado Blogosfera. Aqui há interação, amizade e carinho.

Uma das formas de demonstrar carinho e apreço por aqui é oferecer "selinhos" aos amigos. Verdadeiros mimos, em diversos estilos, mas sempre fiéis às características de quem presenteia e de quem é presenteado.

Como carinho é algo maravilhoso, estou criando esta página para expor todos os selinhos que me forem presenteados.

O meu Muito Obrigada (!!!) a todos os queridos amigos que me fizeram sorrir com um desses lindos selinhos:



Os dois selinhos acima foram os primeiros que ganhei da amiga Teresa, do blog Acolher com Amor.
Obrigada, Teresa!

Este selinho ganhei da amiga Lívia, do blog Inquietude do Pensamento.
Obrigada, Lívia!

Uma ótima semana a todos!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Recebi meus primeiros selinhos ontem! Vou passar o carinho adiante! :)

Ontem recebi esses dois selinhos da Teresa, do blog "Acolher com  Amor". Fiquei muito feliz, pois foram os primeiros!




Receber carinho é maravilhoso, mas dar é melhor ainda. Por isso, vou retribuir presenteando 10 dos blogs que sigo com o selo abaixo:


Encontrei este selo na net e achei lindo!

Os blogs presenteados são:

Acolher com Amor

Brisa da Primavera

Momentos Únicos

Blog da Marli

Inquietude de Pensamento

Achados de Moda

Jardim dos Girassóis

A vida de uma Guerreira

A Vida é um Sopro

Entre Aspas

Bjs!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Hoje o "Acolher com Amor" faz um ano!

Este post é uma homenagem ao blog "Acolher com Amor" e faz parte da blogagem coletiva em comemoração ao seu aniversário.

                           Para "Acolher com Amor" é preciso amar, por isso decidi postar uma oração, extraída do livro Ágape, do Padre Marcelo Rossi:


Oração

Senhor, Deus do Amor, ensina-me a amar.

Mesmo que meus olhos se fechem,

Ensina-me a amar.

Mesmo que meus ouvidos se ensurdeçam,

Ensina-me a amar.

Mesmo que minha boca silencie,

Ensina-me a amar.

Mesmo que meus braços e pernas se cansem,

Ensina-me a amar.

Mesmo que o mundo me apresente outros valores,

Ensina-me a amar.

Mesmo que os meus irmãos me traiam,

Ensina-me a amar.

Mesmo que a esperança se vá,

Ensina-me a amar.

Mesmo nos momentos sem fé,

Ensina-me a amar.

Eu quero amar, Senhor.

Primeiro a Vós e depois aos meus irmãos.

Quero amar a mim mesmo, sem egoísmos, mas como templo do Vosso Santo Espírito.

Amém.

Que possamos todos aprender a amar para transformar o ato de acolher em ato de puro amor!
 
Parabéns Teresa!!!!

domingo, 9 de janeiro de 2011

ANSIEDADE NOSSA DE CADA DIA...

Postagem 2
Em 1º de dezembro de 2010 publicamos o primeiro artigo da coluna “Ansiedade Nossa de Cada Dia...”, com uma proposta de publicação periódica de técnicas para lidar melhor com a ansiedade.

Para aqueles que desejarem obter maiores esclarecimentos sobre o tema “Ansiedade”, sugerimos a leitura do artigo inaugural deste blog, publicado em 30 de julho de 2010.

Na postagem 1 de “Ansiedade Nossa de Cada Dia...” ensinamos a técnica da respiração diafragmática. Hoje, a técnica que iremos apresentar para combater a ansiedade é de origem milenar. Estamos falando da arte da meditação.

Daniel Goleman, um PhD em Psicologia, que foi articulista do The New York Times, editor da revista Psychology Today e escreveu vários livros de sucesso, como “Inteligência Emocional” e “A Arte da Meditação”, realizou pesquisas científicas que comprovam a eficácia da meditação no alívio da ansiedade.

No livro “A Arte da Meditação”, Goleman relata os benefícios da meditação e ensina várias técnicas para meditar.

Goleman inicia narrando que na década de 1970 esteve na Índia, onde conheceu vários iogues hindus, lamas tibetanos e monges budistas e ficou impressionado com a cordialidade descontraída, o desapego e a vivacidade desses homens e mulheres nas mais diferentes situações.

Ao retornar à Harvard, onde era professor, Goleman descobriu que um colega (Gary Schwartz) havia começado a pesquisar os efeitos benéficos da meditação sobre a saúde. Goleman, decidiu realizar uma pesquisa científica sobre a relação entre a meditação e o estresse e teve Gary Schwartz como seu orientador.

As descobertas de Goleman foram bastante positivas, pois a meditação proporciona ao corpo repouso, enquanto mantém a mente alerta. Isso faz baixar a pressão sanguínea e diminuir o ritmo do coração, ajudando o corpo a se recuperar do estado de estresse ou ansiedade.

No livro “A Arte da Meditação”, Goleman nos apresenta quatro técnicas diferentes de meditação. Todas eficazes no combate aos sintomas de ansiedade. No post de hoje, vamos apresentar a primeira delas. As demais serão apresentadas em posts posteriores deste periódico (Ansiedade Nossa de Cada Dia...). Vejamos:

Meditar Respirando
Para fazer esta primeira meditação, procure uma posição confortável, mas não confortável demais, para não correr o risco de adormecer. Desaperte o cinto e use roupas folgadas. Não é preciso sentar-se numa posição de ioga para meditar: basta uma cadeira de espaldar reto e firme, ou qualquer lugar em que você possa sentar-se confortavelmente com as costas apoiadas.

Sente-se numa posição ereta, mas relaxada. Mantenha a cabeça, o pescoço e a coluna vertebral alinhados, como se um grande balão de gás estivesse puxando sua cabeça para o alto. Manter a cabeça ereta ajuda a mente a permanecer alerta, o que é uma condição essencial na meditação.

Feche os olhos e mantenha-os fechados até o final da meditação... Muito bem, vamos começar...

Comece prestando atenção na sua respiração, no fluxo natural do ar que entra e sai por suas narinas, ou no seu ventre que sobe quando você inspira e desce quando expira.

Observe todas as sensações ligadas à sua respiração... o movimento do ar... o calor... tudo o que você sentir...

Não procure controlar a respiração... respire naturalmente prestando atenção ao ar que entra e sai...

Se a respiração estiver superficial, deixe-a ficar assim. Se ela for mais rápida ou mais lenta, deixe-a ficar do jeito que está... a própria respiração se regula...

Enquanto medita, você só precisa prestar atenção na respiração... quando você perceber que sua mente dispersou, traga-a suavemente de volta para a respiração. Durante essa meditação, os pensamentos, os planos, as lembranças, os sons, as sensações, tudo o que for diferente da sua respiração será considerado uma distração. Livre-se desses pensamentos. Tudo o que vier à sua mente desviando a atenção da respiração é, a partir de agora, uma distração.

Não se preocupe nem se culpe se sua mente se distrair com outros pensamentos... isso é natural. Cada vez que isso acontecer, basta trazer suavemente o foco da atenção para sua respiração...

Tente prestar atenção em cada respiração durante todo o tempo que ela durar: toda a inspiração, toda a expiração...

Para ajudar sua mente a se concentrar na respiração, repita em silêncio uma palavra para cada inspiração e para cada expiração: se você se concentrar no ar que entra e sai das narinas diga em sua mente “dentro” para a inspiração e “fora” para a expiração. Se a concentração estiver no movimento de seu ventre, diga em silêncio “subindo” para a inspiração e “descendo” para a expiração.

Faça com que essas palavras sejam como uma suave música de fundo em sua mente... um murmúrio bem leve... Preste atenção no que você sente ao respirar, e não apenas na mera repetição das palavras.

Tome consciência de cada inspiração e de cada expiração...

Quando sua mente for ocupada por outros pensamentos, traga-a suavemente de volta para a sua respiração...

Deixe a respiração seguir seu ritmo natural... Se ela for superficial ou profunda, lenta ou rápida, não interfira em seu ritmo... basta prestar atenção nela...

Observe toda a inspiração... toda a expiração... dentro... fora... subindo... descendo...

Mantenha sua atenção em alerta...

Dentro... fora... subindo... descendo...

Observe cada respiração... toda a respiração...

Cada vez que sua mente se afastar da respiração, traga-a suavemente de volta...

Agora, pare um pouco... observe seu corpo... veja como ele se sente... como você se sente...

Quando quiser, abra os olhos...


FONTES:

"A Arte da Meditação" de Daniel Goleman.
www.danielgoleman.info




***Atenção: Quando este blog atingir o número de 100 seguidores faremos um sorteio comemorativo, onde o prêmio será o livro “A Arte da Meditação”, de Daniel Goleman. O livro acompanha um CD, assim o vencedor terá a chance de meditar também ouvindo o CD.




KARINA ALECRIM BESSA

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A mais bela de todas as coisas!

Por Madre Teresa de Calcutá


O dia mais belo: hoje.

A coisa mais fácil: errar.

O maior obstáculo: o medo.

O maior erro: o abandono.

A raiz de todos os males: o egoísmo.

A distração mais bela: o trabalho.

A pior derrota: o desânimo.

Os melhores professores: as crianças.

A primeira necessidade: comunicar-se.

O que traz felicidade: ser útil aos demais.

O pior defeito: o mau humor.

A pessoa mais perigosa: a mentirosa.

O pior sentimento: o rancor.

O presente mais belo: o perdão.

O mais imprescindível: o lar.

A rota mais rápida: o caminho certo.

A sensação mais agradável: a paz interior.

A maior proteção efetiva: o sorriso.

O maior remédio: o otimismo.

A maior satisfação: o dever cumprido.

A força mais potente do mundo: a fé.

As pessoas mais necessárias: os pais.

A mais bela de todas as coisas: O AMOR.


KARINA ALECRIM BESSA

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Como prevenir transtornos alimentares


Atualmente, segundo especialistas, os Transtornos Alimentares assombram as sociedades industrializadas como verdadeira epidemia.

Para se aprofundar um pouco mais no assunto, leia nosso post de 2 de agosto de 2010, intitulado “Transtornos Alimentares”.

Hoje vamos falar de prevenção. O que fazer para prevenir a incidência de transtornos alimentares?

A National Eating Disorders Association, uma associação norte americana, nos oferece uma lista de itens para a prevenção, vejamos:

1. Aprenda tudo que você puder sobre transtornos alimentares: anorexia, bulimia, transtorno da compulsão alimentar periódica (binge eating);

2. Desconsidere a idéia de que um determinado peso, tipo corporal ou dieta transformará sua vida e fará você automaticamente feliz;

3. Diga não (!) a crença de que um corpo perfeito é um corpo magro e que estar acima do peso é sinônimo de preguiça, desvalorização ou até imoral;

4. Evite categorizar comidas como “permitidas” versus “proibidas”. Todos precisamos comer de forma balanceada e saudável, o que exige uma dieta variada;

5. Decida não julgar os outros ou você com base no peso corporal ou na forma do corpo;

6. Desenvolva uma visão crítica da mídia e da mensagem de auto-estima e imagem corporal que ela passa;

7. Almeje ser modelo de uma imagem corporal saudável e não da atual ditadura da beleza que prega a magreza extrema a qualquer custo.



KARINA ALECRIM BESSA

domingo, 2 de janeiro de 2011

A complicada arte de ver. Por Rubem Alves.

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Fonte:
Projeto Releituras